A Sociedade Filarmónica Louriçalense foi fundada no mês de Dezembro de 1825, na freguesia do Louriçal, concelho de Pombal.

Ainda a viver sob os efeitos e consequências nefastas trazidas através das Invasões Francesas ocorridas entre 1807 e 1810, cujos registos nos relatam inúmeros actos de vandalismo e assassinatos provocados pelas tropas invasoras, na freguesia do Louriçal nascia em Dezembro de 1825 a Filarmónica Louriçalense.

A sua estreia, segundo dizem as gentes e a tradição, e a fazer fé nos registos obtidos, a Sociedade Filarmónica Louriçalense abrilhantou pela primeira vez as festas religiosas realizadas a 25 Dezembro no lugar de Foitos, Freguesia de Louriçal.

São deste período os estatutos mais antigos que se conhecem, aprovados a 22 de Setembro do ano enunciado. No artigo 10 pode ler-se: “É constituída na vila do Louriçal/, uma Sociedade Artística e de Instrução, que se denomina Sociedade Artística Filarmónica Louriçalense e que tem por fins manter uma banda de música devidamente organizada, sustentar uma escola de musica e canto e conforme fosse crescendo, criar e sustentar outras aulas, tais como: ensino primário, desenho, ginástica e dança”.

Por falar em dança, será também hoje um marco histórico para os executantes quer musicais quer os dançarinos, porque esta mistura de musica e dança é sem dúvida uma forma diferente de nos apresentarmos, e esperamos que seja do agrado de todos vós.

A sociedade Filarmónica Louriçalense, composta por 45 músicos.

Um fosso difícil de ultrapassar foi o facto de não termos encontrado qualquer apontamento pormenorizado e continuo sobre o percurso da Filarmónica no sec. XIX, mas pode-se revelar que o mesmo tem como pano de fundo o Louriçal que em alguns momentos se funde com a história da Vila e não só 1918 – 93 anos depois da data apontada como da fundação, regressam ao Louriçal no final da l ª Guerra Mundial de 1914/1918, muitos dos mancebos que tinham partido para França integrados no Corpo Expedicionário do Exército Português.

Através de alguma pesquisa, facilmente se conclui que muito provavelmente, o regresso dos ex-combatentes trouxe ao Louriçal algumas alterações ao quotidiano e como a música é um elo de ligação e uma das actividades mais interessantes a que as pessoas se podem dedicar, muito particularmente teve reflexos na Sociedade Filarmónica Louriçalense, a qual alguns desses jovens recém-chegados se associaram.

Indissociavelmente ligada por motivos históricos e por razões culturais à Vila e às Gentes da região, apesar da sua longa existência, só em 1981 se constituiu oficial e juridicamente em Sociedade Filarmónica Louriçalense, por escritura publica lavrada no cartório notarial de Pombal, no dia 29 de Maio do referido ano. Sem dúvida alguma, este marco documental deu início a um novo ciclo a esta emblemática colectividade do Louriçal.

Contrapondo com a eloquente projecção artística e invejável historial atualmente desenvolve um reportório diversificado que se adapta a qualquer situação religiosa ou profana

É detentora de vários diplomas e menções honrosas, pelo seu papel cultural que tem vindo a desempenhar em todo o país, contando com diversas deslocações internacionais, nomeadamente, Suiça e Espanha.

Suiça; a convite da comunidade Portuguesa na localidade de Fribourg de onde fazia parte a nossa atual tesoureira da direção D. Lurdes Carvalheira.

Espanha, diversas localidades onde se destaca Villanueva del Fresno, banda convidada para as cerimonias em homenagem ao Gerenal Humberto Delgado.

José Dias, nascido em Louriçal, no lugar de Santo António, a 19 de Março de 1935,  Sargento Chefe de cavalaria, reformado da Guarda Nacional Republicana, pioneiro da Brigada de Trânsito, no dia 01 de Julho de 1970. Atualmente, Vice Presidente da direção, executante  e amante da  trompete desde criança, foi clarim no serviço militar em 1956, possivelmente daí advém o gosto pelo instrumento. Foi presidente da direção durante 25 anos ininterruptos, é diretor de mérito, aprovado em assembleia geral por unanimidade, sócio nº 1 da Sociedade Filarmónica Louriçalense.

A ele se deve o equilíbrio da instituição, pelo seu amor à musica e às pessoas.

A responsabilidade ficou num patamar muito alto, para a continuidade da vida da filarmónica. O trabalho de direção carece de uma atenção permanente, o lado humano é fundamental para conseguir a continuidade saudável, mas se a harmonia entre as pessoas não reinar, torna-se difícil, entre executantes, alunos, professores e direção.

O presidente da direção, Célio Dias, aprendeu com o passado para saber viver o presente e enfrentar o futuro, seja para aceitar o destino ou para lutar pela mudança.

José Dias

Diretor de Mérito (Sócio nº 1 e Vice-Presidente)